#REVENDO: Como se viciar em uma série ou #HowToGetAwayWithMurder

Quando #HowToGetAwayWithMurder estreou lá em 2014 vários burburinhos começaram: "E essa série nova da Shonda?", "Você viu aquela série com o ator de Harry Potter? Como ele cresceu!" ou "Você viu a protagonista? Uau!". Tiveram também os que assistiram, amaram, mas simplesmente não conseguiam pronunciar o título quase trava-língua do seriado. Foi como todo fenômeno acontece: meio do nada, meio que não planejado, o boca a boca ajudou muito, estourou e os boatos e associações logo foram sendo esquecidos porque a série tinha méritos próprios, andou sozinha e por isso conquistou milhões de fãs e prêmios/indicações durante suas seis temporadas. Nessa época (2014/2015) os streamings ainda estavam começando e não era comum lançarem temporadas completas. #HTGAWAM com certeza teve sua parcela de responsabilidade quando lá naquela época, a Netflix principalmente, começou a lançar temporadas completas e as hoje famosas maratonas bombam. Foi nesse período que parei de assistir aos episódios quando eram lançados e esperava a temporada toda sair pra aí então assistir tudo "de uma vez só" (faço isso até hoje).  Todo mundo parecia ter esse sentimento de querer ver logo tudo ou não aguentar esperar meses e meses para um "final". Dona Netflix foi lá e fez o que todo mundo queria: temporadas lançadas de uma vez só. 

A série tem grandes pontos fortes: roteiro que abordava temas importantes e diversos sem maniqueísmos, edição rápida que prendia o expectador e uma grande diversidade na escalação dos atores e atrizes que nela passaram. Mas seu maior mérito foi, sem sombra de dúvida, catapultar a carreira da grandíssima atriz Viola Davis (vou elogiar muito ela ainda nas próximas linhas). Ela já tinha uma longa carreira antes da Annalise Keating, já havia ganhado o Tony Award (maior prêmio do teatro norte-americano), era conhecida entre os mais cinéfilos e teve pequenas participações em filmes grandes anos antes, como em "Dúvida" (2008), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar com apenas UMA cena, "Comer, Rezar e Amar" (2010) onde vivia o papel da melhor amiga da Julia Roberts e no morno "Histórias Cruzadas" de 2011. Mas foi como Annalise Keating que Viola ficou conhecida pelo mundo e hoje como a grande atriz que é. Somente uma atriz do porte dela conseguiria interpretar uma personagem como a Annalise: cheia de camadas, cheia de traumas, cheia de raiva... um vulcão em constante risco de erupção e com uma incrível jornada de transformação. Corrijo: somente ELA poderia ser a Annalise Keating. A série pode ter tido seus altos e baixos mas Viola era sempre o grande motivo para seguirmos acompanhando. Revi as 5 primeiras temporadas e assisti a última pela primeira vez. Abaixo meus comentários por temporada. 

** ATENÇÃO! SPOILERS A PARTIR DAQUI **

1ª Temporada: "Você realmente sabe quem, qualquer pessoa, é?"
Os primeiros episódios de #HTGAWAM tem um objetivo muito claro: mostrar o quanto a protagonista Annalise Keating é uma advogada linha duríssima ao mesmo tempo que tem sérios problemas em demonstrar suas fraquezas e feridas internas. O traço "linha dura" é mostrado através da interação da Annalise com os outros personagens. Estão sempre a colocando numa espécie de pedestal e com uma tensão no ar sempre que a mesma está presente. As aulas na universidade também contribuem bastante para isso. O criador Peter Nowalk acertou muito ao "quebrar" a temporada em duas partes. Na primeira temos os flashforwards, drops de tensão e mistério para aguçar a curiosidade do espectador e a construção da Annalise de ferro, a "bitch". Já na segunda parte essa personagem começar a se desconstruir, mostrar seus pontos fracos e as histórias evoluem de fato. Com essa estrutura as tramas ficaram zero entediantes e com a direção e edição frenética a série ficou realmente viciante. Peter Nowalk já era parceiro da Shonda Rhimes há um certo tempo em #GreysAnatomy mas mesmo assim ele trouxe uma história original e com uma assinatura própria, mesmo quando conseguimos identificar "coisinhas" da Shonda aqui ou ali. Os estagiários e seus problemas "menores" talvez seja o mais escancarado. Acho uma temporada perfeita em todos os sentidos. Roteiro, elenco, edição e a deusa Viola reinando. Revendo me apaixonei ainda mais. 💜

Episódios de destaque: O 9º, "Me mate, me mate, me mate", por ser o episódio que conclui a primeira parte da temporada e por ter uma cenona com a Annalise e o Sam falando verdades cruéis um para o outro, Viola e Tom Verica arrasando! Também destacaria a season finale, "É tudo minha culpa!", por nos lembrar que não existe nenhum personagem que a gente "conheça" de verdade ou que seja completamente maniqueísta e por deixar várias pontas abertas interessantes para a segunda temporada.

2ª Temporada: "Você está mexendo com a fdp errada"
Na segunda leva de episódios da série os roteiristas tentaram manter o ritmo e a qualidade da série mas talvez tenham se esforçado demais e a coisa toda ficou meio forçada. Foi boa como a primeira? Não mesmo. Perdeu a graça? Também não. Manter a idéia de um grande caso que íamos descobrindo como os personagens principais estavam envolvidos por meio de flashbacks foi uma boa, apresentar uma nova narrativa completamente nova da bem sucedida primeira temporada poderia ser um tiro no pé. Porém: o plot dos irmãos Hapstall simplesmente não tinha a mesma força do plot da primeira temporada e mostrar a Annalise ensanguentada no chão por vários episódios não ia despertar o desespero de ninguém porque era óbvio que ela não morreria. Além disso tiveram as "resoluções" de algumas pontas que ficaram soltas na temporada anterior. A pior e mais grave de todas, com certeza, foi a morte da Rebecca e como o acontecimento foi simplesmente jogado para debaixo do tapete pelos roteiristas (Pelo menos até então). A sensação que ficou foi a de que realmente não sabiam como resolver o assunto e no fim escolheram pelo esquecimento. O ponto alto da temporada foi explorar um pouco mais os coadjuvantes, principalmente a Laurel e a Bonnie. Destaco principalmente a Bonnie e a sua relação misteriosa/conturbada com a Annalise e seu passado nebuloso com o Sam. Falando em passado, dessa vez a divisão da temporada foi feita de uma maneira um pouco diferente. Até a primeira metade ficamos com o caso dos irmãos Hapstall como destaque e depois voltamos mais ao passado e vemos Annalise, Sam, Bonnie, Frank e Eve (ótima adição ao elenco, assim como a Emily Sinclair) num momento decisivo das suas vidas e que foi um divisor de água para a maioria deles. Foi a partir desse momento que a temporada deslanchou de vez. O drama entre eles foi muito bem escrito e uma delícia de ver/rever. Wes, mesmo sendo o centro de todo o drama, ficou boiando por ali sem grandes momentos e completamente apático. Annalise, mais uma vez, especialista em nos fazer amá-la e odiá-la, aliás, assim como a maioria dos personagens. Temporada boa mas em comparação a primeira deixou a desejar. 🤷🏻

Episódios de destaque: O 7º, "Quero Que Você Morra", pela cena maravilhosa que a Bonnie confronta a Annalise por ter exposto seu passado para o Asher. Viola e Liza Weil afinadíssimas! E o 9º, "O Que Nós Fizemos?", que é um CAOS delicioso e marca o fim do destaque para o caso dos irmãos Hapstall e a entrada no passado da Annalise/Wes. Aqui, mais uma vez, Viola reina absoluta.

3ª Temporada: "Alguma coisa ruim sempre está prestes a acontecer nessa casa"
Se o ponto forte da temporada anterior foi o investimento nos dramas dos personagens e nas relações entre eles, nessa temporada os roteiristas fizeram desse o objetivo principal e acertaram em cheio. Os flashforwards e flashbacks continuaram mas agora não exatamente como um formato engessado mas usado em momentos específicos pra dar uma incrementada na trama. Achei muito bom esse desapego, possibilitou que a história rolasse de forma mais fluida. Senti quase que um medo de se enrolarem mais com tantas tramas que resolveram parar, resolver boa parte do emaranhado de questões que tinham criado até agora (Criar algumas coisinhas novas, claro) mas só depois seguir em frente. A providência mais importante que os roteiristas tomaram pra isso acontecer foi a morte do Wes. Só aí, dentre outras coisas, os casos do Sam e da Rebecca já saíram do caminho. O personagem tinha muita importância na primeira temporada mas acabou ficando sem muita utilidade na segunda e com pouquíssimas cenas interessantes nessa terceira. Lógico que, matar um personagem principal e querido sempre dá uma causada, mas achei uma boa solução para a trama, foi bem desenvolvido, zero gratuito e com romance interessante de quebra. Investiram ainda mais na Laurel e a Karla Souza se jogou de vez pra personagem, na Michaela (Aja Naomi King sempre ótima na série), Frank (canastrão, mas com história boa e Liza Weil do lado super segurou) e mais ainda na Bonnie e na sua super dobradinha com Annalise que eram sempre minhas partes preferidas. Oliver, Connor e Nate serviram no geral pra cumprir tempo de tela ou uma espécie de fita adesiva pra colar pedaços menores de tramas maiores. A temporada quase inteira fiquei com preguiça deles. Principalmente com o drama quase adolescente do casal Oliver e Connor. Diminuíram consideravelmente as mortes, casos paralelos e investiram no bom e velho drama bem escrito. Destaque para a condução do plot do alcoolismo da Annalise. Já sabíamos que ali tinha um problema mas a palavra "alcoólatra" só surgiu no episódio 4 desta temporada. A derrocada da personagem principal só foi mais uma excelente oportunidade para a Viola brilhar ainda mais. Mais uma vez fiquei com vontade de abraçar e de dar uns tapas nela como ela fez com o cliente (aliás, que momento icônico! rs). Uma temporada diferente, melancólica, incendiária (ok, trocadalho tosco) mas muito boa e com ótimas possibilidades de tramas a serem desenvolvidas. 🤰🏻

Episódios de destaque: O 4º, "Não conte para a Annalise", por ser o início da queda da protagonista no buraco, pela briga entre a Annalise e o Nate, e pelo Billy Brown, que, mesmo com suas limitações cênicas conseguiu fazer aquela cenona de modo bem respeitável com a senhora Davis. O 5º, "É sobre o Frank", pelos flashbacks, pela cena maravilhosa da Annalise com o Wes no banheiro, ela no fundo do poço e ele a ajudando. Viola e Alfie Enoch em extrema sintonia mais uma vez. O 9º, "Quem morreu?", por mostrar Annalise completamente encurralada, sua relação ainda misteriosa com a Bonnie e pela maneira como o personagem que havia morrido foi revelado. Dividiram o episódio em duas partes e na 2ª vários pedaços já tínhamos visto em outros episódios mas isso só aumentou a tensão quando descobrimos quem era a vítima. E a season finale, "Wes", claro, não pode ficar de fora. A cena da Annalise com a Sylvia Mahoney foi ótima de assistir assim como a virada que a Annalise deu no Todd, zerando mais algumas histórias e abrindo várias brechas para a próxima temporada. Ver, finalmente, como o Wes foi morto foi bem angustiante e, com certeza, é um dos momentos mais marcantes da série.

4ª Temporada: "É sobre me salvar"
Você quer drama? Então toma drama! E esquece um pouco o que você achou que a série era até agora porque, por exemplo, teve episódio que nem flashback/flashforward teve. Um dos pontos altos dessa temporada foi a ida da Annalise para a terapia e a entrada do personagem Isaac. Além da Viola e do Jimmy Smits terem uma química excelente, as consultas da Annalise renderam várias cenas incríveis como a que ela tem um mini surto e diz que não pode ser tudo o que todos precisam ao mesmo tempo. A história em torno de Isaac também foi muito bem desenvolvida. Os protagonistas ficaram vários episódios separados após os acontecimentos da última temporada e isso fez um bem enorme pra série, quando se reuniram novamente percebemos a força que tem juntos. Bonnie e Annalise tiveram ótimos momentos e se acertaram, Laurel foi, dessa vez oficialmente, a mocinha da temporada e Karla Souza mais uma vez deu o seu recado assim como Aja Naomi King e sua Michaela que tiveram vários ótimos momentos durante a temporada. Se Connor teve seu momento de redenção e um pouco de destaque, o chato da vez foi o Asher que ficou sem muita função a temporada inteira. Oliver finalmente teve mais cenas e entrou de vez pro clubinho da Annalise mas lá pro fim da temporada também concorreu ao troféu de chato da temporada. Conrad Ricamora pegou a oportunidade e arrasou em todas as suas cenas. A condução do alcoolismo da Annalise mais uma vez merece destaque tanto pela performance da Viola Davis quanto pelo texto. Muito bom. Muito boa também a virada da personagem com a ação coletiva e o crossover com #Scandal, que na época eu também assistia e entendi todas as tramas paralelas, mas dessa vez fiquei levemente perdido. Olivia Pope e Annalise Keating juntas foi um EVENTO e rendeu um excelente episódio. Por fim, essa temporada foi composta de ótimos momentos e nem o suspense principal foi tão importante. Drama do melhor e talvez do mais óbvio, principalmente no episódio final. Aqui a série já mostra sinais de cansaço. 🚨

Episódios de destaque: O 5º, "Eu a amo", por entendermos a complexidade da relação entre a Annalise e a Bonnie e pela inspiradas performances da Viola e da Liza. Como já falei, as cenas da Annalise na terapia renderam vários momentos mas no 6º episódio, "Aguenta firme, mamãe" tivemos um grande momento com um belíssimo monólogo da Annalise com, de novo, Viola sendo uma atriz maravilhosa. Não consigo ver os episódios 8 e 9 de forma separada e eles além de juntarem os protagonistas novamente é recheado de drama, drama, drama e arrisco dizer que, a partir desse momento, a série toma um novo rumo, com uma trama quase folhetinesca. O episódio 11, "Ele é um péssimo pai", teve um ponto altíssimo que foi a Annalise indo com o Nate visitar o seu pai na cadeia. Que momento e que grande ator o senhor Glynn Turman hein senhoras e senhores!? Coincidentemente ou não, nunca saberemos, ele e a Viola voltaram a trabalhar juntos no aclamado #AVozSupremaDoBlues. O episódio 13, "Lahey contra o estado da Pensilvânia" foi o crossover com #Scandal e já disse o quanto bom foi, correto? Mas destaco a cena em que a Annalise supera a vontade de beber e encara a suprema corte sóbria. A season finale, "Ninguém mais vai morrer", foi ok mas também uma forma confortável de terminar uma temporada cheia de momentos bons mas bastante irregular. Os plots misteriosos pra temporada seguinte soaram como "mais do mesmo", mas seguimos firmes.

5ª Temporada: "Estamos vivendo no inferno e eu quero sair daqui!"
Assim como a temporada anterior que foi irregular mas teve ótimos momentos, a quinta e penúltima temporada de #HTGAWM seguiu os mesmos passos. Dessa vez o núcleo "jovem", os estudantes de direito, foram colocados de escanteio com quase nenhuma função realmente importante. Já os "adultos" assumiram a trama e tanto a Bonnie quanto o Nate tiveram grande destaque. Liza Weil, atriz talentosíssima, teve cenas difíceis e fez um excelente trabalho, assim como Billy Brown que se antes parecia engessado, aqui conseguiu cumprir seu trabalho muito bem. O grande mistério principal da temporada que aparecia nos flashbacks com o filtro verde teve sua importância também reduzida a quase nada. Ok, um ponto crucial da história aconteceu durante o evento mas ele, por si só, não foi muito marcante. Tegan, ótima personagem (e também ótima atriz a Amirah Vann) retornou, assim como a Eve e Glynn Turman que encheu nossos corações de esperanças e no fim o partiu em pedaços! Rsrs. Novos personagens também surgiram para ajudar a contar esse grande imbróglio que acabou virando essa história e como torci para que a Bonnie e o Miller descem certo! (Deu até saudade de #NipTuck). Se na temporada anterior a série demonstrou sinais de cansaço, aqui eles foram feridas abertas e até a Viola parecia transparecer isso em cena. O lado bom é que a essa altura do campeonato já estávamos envolvidos com os super carismáticos personagens principais e mesmo os roteiros sendo uma loucura, e com a sempre muito bem vinda ajuda da edição, ficar ligado na série era algo automático e claro, tínhamos a Viola. Além do Nate e da Bonnie, Frank e Annalise tiveram ótimos momentos, mesmo eu achando que tentaram dar um respiro para a Viola espairecer. No geral uma boa temporada mas com sérios sinais de desgastes e um season finale bem previsível e não muito empolgante! ☹️

Episódios de destaque: O 6º, "Nós podemos encontrá-lo", por toda a história envolvendo a Bonnie, pelo fato da Annalise ter sido enganada pela governadora e isso acabar culminando na triste morte do pai do Nate (Foi pesado!). O 7º, "Eu fui manipulada", pela cena em que a Annalise confronta a governadora e pela ótima cena da protagonista prestando depoimento no tribunal e falando dos abusos que ocorrem nas prisões. Viola brilhou aqui. O 8º, "Quero te amar até a morte", por ser o episódio que juntou os micro pedaços dos flashbacks do que deveria ser o ápice da temporada mas que teve apenas cenas boas como a fofa em que o Oliver canta para o Connor no casamento, a pesada morte do Miller e o confronto entre o Gabriel e a Annalise. O 9º, "Ele traiu nós todos", por finalmente conhecermos um pouco mais do Sam (infelizmente, ou não) e pela qualidade dos flashbacks. Sempre uma delícia ver essa época dos personagens e como eles eram diferentes. 

6ª Temporada: "Se perdoe Annalise"
A última temporada já começa com ares de "fechamentos". Annalise na reabilitação e tentando encontrar seu centro pra enfrentar a "guerra final" foi uma mensagem muito clara deixada pelo 1º episódio da temporada. Michaela finalmente teve uma storyline a altura da atriz Aja Naomi King. Até aqui ela teve ótimo momentos, mas história, história mesmo, veio com a aparição do seu tão citado pai. Achei que todas as tramas foram concluídas de maneiras bem satisfatórias, mesmo sabendo que com a quantidade de plots criados os episódios ficariam apertados para resolver tanta coisa. Não deu outra: os 4 ou 5 últimos episódios da série foram bem corridos. É preciso uma boa dose de boa vontade para acreditar em todas aquelas histórias e finais? Talvez. Mas uma frase que foi dita várias vezes durante essa temporada resume meu sentimento: "A essa altura qualquer coisa pode acontecer". E não é verdade? Na vida tudo pode acontecer e, particularmente, pra me chocar precisa se esforçar bastante. A evolução do Charlie Weber, o Frank, merece ser destacada e nessa temporada ele também esteve incrível. Sua última cena com a Bonnie e a Annalise foi de cortar o coração. Sempre foram os três desde o início e de alguma forma, mesmo com tanta coisa ruim envolvida, era uma relação incrivelmente bonita e cheia de camadas, ou seja, humana. Preciso destacar também a sempre incrível participação da mãe da Annalise, a Ophelia, interpretada pela incrível Cicely Tyson que sempre aparecia nos piores momentos com as frases mais necessárias e aquele colo de mãe maravilhoso que, infelizmente, só quem teve o privilégio de ter uma assim, todo ser humano deveria poder ter isso, sabe como é. Cicely faleceu em 2021 e a Viola fez um post lindo no seu Instagram para homenageá-la. O final, revelando que Annalise morreu sim, mas anos depois, e que pôde ter várias experiências com o lindo discurso da Eve ao mesmo tempo que imagens de vários momentos da sua vida foram passando foi de uma beleza ímpar. Annalise foi uma personagem sobrevivente. Sobreviveu a cada obstáculo que foi surgindo na sua vida e que bom que, mesmo depois de tudo que aconteceu, ela encontrou um pouco de tranquilidade. Foi um final tão emocionante que até perdôo as maquiagens de envelhecimentos ruins, principalmente da Laurel. #HowToGetAwayWithMurder, como todo produto longo, teve seus momentos bons e ruins mas sem sombra de dúvidas deixou sua marca pela enorme quantidade de pontos positivos. Só não direi que sentirei falta porque acho que toda série boa precisa ter um fim antes que se perca ou vire outra coisa (Beijos #GreysAnatomy) e #HTGAWM estava quase nesse ponto. Terá sempre um lugar cativo no meu coração e será sempre uma das minhas séries favoritas. 💜

Episódios de destaque: O 7º, "Sou um assassino", por voltar um pouco na origem da série com um caso específico no episódio (e que caso!) e que mexeu com as emoções dos protagonistas e por mostrar a mudança/evolução da Annalise lá da primeira temporada para a Annalise "de agora". O 8º episódio, "Quero ser livre", pelo uso da história da Branca de Neve / Rainha Má para ser o objeto de estudo da prova final dos futuros advogados e como isso foi entrelaçado com as histórias dos próprios personagens. Coisa de primeira. O 9º, "Você é a informante?", por manterem a essência do Asher e mesmo ele sendo engraçado e tal, e tendo sua despedida emocionante depois era ÓBVIO que apenas ele poderia ser o dedo duro. Merecia morrer? Claro que não. Mas achei uma boa solução dramática. O 13º, "E se Sam não tiver sido o vilão esse tempo todo", por ser mais um excelente episódio da vida pregressa dos personagens trazendo novas informações e outros lados da mesma história. O episódio 14, "Annalise Keating está morta" por entrarmos na cabeça da protagonista e ouvirmos seus pensamentos e, junto com o final da série, o 15º, "Fique", pelo engenhoso e excelente trabalho dos roteiristas em finalizar essa história. De novo e se ainda não ficou claro: sou fã. 

Aqui tem um video bem legal (em Inglês) dos protagonistas se despedindo da série:


Mas quero finalizar esse textão (literalmente) com o discurso da Viola Davis em 2015 após ser a primeira mulher afro-americana a ganhar o Emmy na categoria "Melhor atriz em série dramática" por, claro, #HowToGetAwayWithMurder:


BONUS TRACK: Playlist com minhas músicas favoritas da série: